Portugal no European Innovation Scoreboard 2025: Progresso visível, mas desafios persistem
O European Innovation Scoreboard 2025 já foi publicado e revela que Portugal mantém-se como um Inovador Moderado, com uma performance de 90,7% face à média da UE, ocupando o 16.º lugar entre os Estados-membros.
Esta classificação representa uma evolução positiva de 9% desde 2018 e de 3% em relação ao ano passado, demonstrando um crescimento contínuo, embora abaixo da média europeia (+12,6% desde 2018).
Pontos fortes da inovação em Portugal
O desempenho nacional apresenta algumas áreas de destaque:
-
Forte apoio governamental à I&D empresarial: Portugal lidera a UE neste indicador, com um índice de 185,8% da média europeia
-
Elevada percentagem de estudantes de doutoramento estrangeiros
-
Colaborações público-privadas em copublicações científicas, acima da média da UE
Portugal também se posiciona entre os melhores na venda de inovações novas para o mercado ou para a empresa e na produtividade de CO₂ baseada na produção, ambos sinais positivos na transição digital e verde.
Desafios estruturais e áreas a melhorar
Apesar dos avanços, persistem fragilidades:
-
Baixo investimento em inovação, por trabalhador
-
Fraca penetração de capital de risco
-
Exportações reduzidas de serviços intensivos em conhecimento, representando apenas 42% da média da UE
Além disso, os indicadores de produtividade laboral continuam significativamente abaixo da média europeia, refletindo limitações estruturais na economia portuguesa.
Análise regional: disparidades internas
A nível regional, o EIS 2025 destaca que todas as regiões portuguesas registaram melhorias desde 2018, com Lisboa a destacar-se com um crescimento de 18,7%.
Contudo, entre 2023 e 2025, três regiões regrediram: Península de Setúbal (-9,8%), Alentejo (-4%) e Açores (-1,2%), revelando desafios no equilíbrio territorial da inovação.

Fonte: European Innovation Scoreboard 2025
Conclusão sobre o European Innovation Scoreboard 2025
Portugal apresenta um potencial inovador significativo, com bons resultados em políticas públicas de apoio à I&D, digitalização e colaboração científica.
No entanto, o país enfrenta obstáculos ao nível do investimento privado, da valorização da inovação e da competitividade externa, especialmente em setores de alta tecnologia.
Para se aproximar dos líderes europeus em inovação, será essencial reforçar o investimento privado, melhorar a produtividade e fomentar a colaboração entre empresas e centros de investigação, especialmente fora dos grandes centros urbanos.
Sem comentários